O Ministério Público do Estado Acre (MPAC), por meio do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NAPAZ), realizou na noite desta quarta-feira (11), na sala multiuso do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), a capacitação “Mediação: Intervenção Efetiva nos Conflitos Escolares”, voltada para educadores que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O curso foi ministrado pela Promotora de Justiça Diana Soraia Tabalipa Pimentel, Coordenadora-Geral do NAPAZ, e pelo servidor Fábio Fabricio, Coordenador do Núcleo de Apoio e Atendimento Psicossocial (Natera).

A mediação é um método de resolução de conflitos, onde um terceiro imparcial facilita aos envolvidos o entendimento do problema, auxiliando-os na busca por uma solução adequada e satisfatória a todos.

Com a capacitação voltada ao ambiente escolar, o MPAC espera levar aos professores técnicas, conceitos e um passo a passo para utilização do método, munindo-os de instrumentos técnicos adequados para promover a mediação de conflitos nas escolas.

A iniciativa faz parte da estratégia da campanha “Acre pela vida no MPAC – uma aliança pela paz”, lançada no último sábado, fruto de um esforço interinstitucional que prevê ações preventivas e repressivas, visando combater a criminalidade e situações de vulnerabilidade social, que contribuem para a violência.

“Somos um dos Estados com mais pessoas presas por número de habitantes, mas ainda convivemos com a violência. A solução deste problema não reside somente no encarceramento. Precisamos formar uma geração de jovens diferentes, que acreditem na paz, que dialoguem e mudem as atitudes”, destacou a Promotora de Justiça, durante o evento.

Em sua palestra, com o tema “Breves Considerações sobre a Teoria Geral do Conflito”, onde abordou aspectos psicológicos e sociais das ciências sobre os conflitos, Fábio Fabricio reforçou a importância de caminhos de resolução extrajudiciais.

“A Justiça, que depositava no comando punitivo da Lei, a resolução dos conflitos, vem passando por um caminho de autoanálise dos seus mecanismos de pacificação social. A Lei não é o bastante para resolver todos os conflitos que existem em nossa sociedade”, ressaltou o palestrante.

Acolhimento

Na oportunidade, a Promotora de Justiça apresentou aos educadores as instalações do NAPAZ e sugeriu a criação e caracterização de espaços, nas escolas, dedicados à realização do trabalho de mediação.

“É importante ter um ambiente de acolhimento, além de trabalhar a forma com que o mediador vai recepcionar as pessoas. Mostrar a importância de uma mesa redonda, que coloque as partes numa situação de aproximação e não de antagonismo”, sugeriu.

A Promotora de Justiça também destacou que, em conflitos com aspectos mais graves, os casos podem ser encaminhados ao NAPAZ. Entretanto, o ideal é que os menos complexos sejam resolvidos na própria escola.

“Na mediação, precisamos da concordância das duas partes, ou seja, elas precisam concordar em vir para cá. Por isso é importante que os professores tentem resolver os conflitos na escola, já que se localizam nas regiões onde os alunos moram e há maior facilidade de acesso, além de maior propensão a participar”, pontuou.

Sobre o NAPAZ

Criado pela Resolução n° 18/2018, de 24 de agosto de 2018 e inaugurado em novembro de 2019, o NAPAZ atua na resolução extrajudicial de conflitos e na busca por soluções pacíficas através da mediação.

Nos últimos dois anos, uma equipe de trabalho composta por Membros e servidores do MPAC foi preparada, através de cursos, treinamentos e capacitações para atuarem nessa frente.

Para saber mais sobre o NAPAZ e ter acesso à primeira versão da Cartilha de Mediação nas Escolas, acesse: https://www.mpac.mp.br/napaz/

Agência de Notícias do MPAC